
Foi o dia e chegou a noite, trazendo os seus prazeres e suas loucas aventuras.
Mas o que o Velho quer e só um gole de cerveja. Sentado na varanda de sua casa, na velha cadeira de madeira antiga. O prazer fica mais intenso quando é naquela cadeira, talvez por pura bobagem, como diz a Velha.
Mas dali da para ver as estrelas lá no alto brilhando, no meio delas a lua cheia. Noite de lobisomem. E lá vai o Velho virando a garrafa cheia no copo vazio, olhando para ver se não derrama, pois cada gota vale ouro. Ouro que está nas lembranças do Velho, guardadás dentro de sua mente, na qual diz a Velha que essa já se foi faz tempo.
Mas ele sabe que ainda está ali, e quer encontrá-la novamente hoje.
Para interrompe uma golada e outra, ele traga o cigarro de fumo de corda, soltando fumaça pelo nariz e rindo sozinho quando lembra de um dia a muito tempo atrás.
Pena que esse sorrisos já não são mais compartilhados. Se vira para pegar a garrafa e encher o copo. Agora está sozinho, só ele e a Velha varanda, a velha cadeira e a Velha.
E então o que ele estava esperando chega... aquelas estrelas
já não são mais estrelas, e nem mais a própria lua está ali.
O Velho é que está cheio agora, e quem está a brilhar são seus outros velhos, aqueles que dividiriam a garrafa com ele se ainda existissem. Estáo todos um do lado do outro formando uma roda, uma roda onde todos se sentem a estrela principal, e agora ele já não é a lua, ele
também é uma estrela.
Droga!!! O cigarro acaba e queima o dedo do velho, entáo ele se dá conta que a garrafa está vazia, pega o copo por metade no cháo e dá a última olhada para seus companheiros lá no céu, e então vira o copo saboreando o último gole de cerveja da noite.
Bruno Lopes de Oliveira